Edição 04-09
Em General Discussion, tópico Spawning (16/mai/09), Yaddy1 lançou a questão de ser aceitável a idéia de que uma personagem, ao nascer com seus vinte anos, já podia ter uma história anterior, mesmo que não presenciada pelo mundo. Joo foi direto ao responder que, embora as opiniões estivessem divididas, havia o consenso geral de que não se devia construir por roleplay qualquer história pessoal da personagem antes do seu surgimento. Genevieve lembrou que as back stories eram mais frequentes nos primórdios do jogo. Também lembrou que, mesmo preferindo-se não construir esta pre-história pessoal, é certo que nos vinte anos que antecederam ao surgimento da personagem, esta aprendeu a falar, ler, escrever, etc. SekoETC disse que a dificuldade em se criar backstories é a ruptura de realidade que há entre o antes e depois do nascimento, ou seja, a impossibilidade de se comprovar ou mesmo revisitar, no mundo do jogo, este passado, levando a própria personagem, afinal, a duvidar ou mesmo se esquecer deste passado. Já Doug R. aponta para o perigo deste background não ser aceito pelas personagens locais e isto gerar um conflito que poderia chegar ao Departamento de Jogadores. Catpurr retoma o que Genevieve nos lembrou e inclui no background, limitado ao aprendizado, o conteúdo da wiki. Doug R., para quem todo roleplay tem de se submeter ao mecanismo do jogo, faz uma observação interessante: Se dois estrangeiros aportarem em um povoado e por lá vier a surgir um personagem do grupo linguístico deles, esta personagem não terá aprendido em vinte anos prévios a linguagem do povoado (pois isto é contra as regras) e, uma vez que o mecanismo não permita o nascimento dentro do navio, a personagem também não pode alegar ter vivido os vinte anos lá dentro. Então, segundo ele, a única interpretação lógica seria que a personagem surgiu do nada, ou seja, nenhum background é possível.
Edição 05-09
Piscator concorda com Doug R. e este continua: a idade de vinte anos é arbitrária e tem como principal fundamento impedir que alguém faça o roleplay de infantes recém-nascidos (o que poderia ser viável se a idade inicial fosse zero). Embora com vinte anos, continua Doug, a personagem não tem recordações do que aconteceu no ambiente onde nasceu (mecanismo: a lista de acontecimentos está vazia), não traz nada consigo (mecanismo: o inventário está vazio) e não veste nenhuma roupa (mecanismo: a descrição da personagem não apresenta vestuário). Mas, embora sem memória pregressa, a persoangem pode saber falar, ler e ter conhecimento da wiki, indicando algum processo formativo, admite Doug, concluindo que este processo formativo não deve ser jamais um elemento in-game. E, finalizando, diz que esta capacidade inata de falar, ler e escrever, bem como ter conhecimento da wiki, pode ser restringida, excepcionalmente, através de roleplay.
Edição 06-09 - Dudel, nesta discussão, empregou um termo interessante: "cantreality" - que vou começar a usar, traduzida em Cantrealidade, para parar de usar o inglês "in-game".
E, logo depois,
Voltenion wrote:I think it's a joke about our real life. Pretty much no one listens to you unless you're older than 20. So, why should cantrians notice anyone younger than that? Like the game says: "you notice for the first time..." Doesn't mean he hasn't always been there, we was just insignificant.
Tradução:
"Eu penso que isto é uma piada acerca de nossa vida real. Frequentemente ninguém ouve você a menos que você seja maior de vinte. Então, por que os cantrianos deveriam perceber um jovem destes? Como o jogo diz: 'você percebe pela primeira vez...' Isto não significa que ele jamais tenha estado ali antes, apenas que era insignificante."
E catpurr, brilhantemente, faz a ligação entre a genial interpretação de Volt com o exemplo dos estrangeiros no barco: o recém-surgido na localidade estrangeira estava mesmo no barco (onde teria atingido a maturidade), apenas os navegantes não se deram conta da existência dele.
Edição 07-09
HFrance wrote:Edição 03.09 - O que me faz pensar que, antes de se verificar com qual concepção de propriedade Mané nasce, devemos procurar que tipo de integração ele possui com o ambiente ao nascer. Ele pode ser 1) perfeitamente integrado; 2) revolucionário (partindo de uma base, buscar sua modificação; 3) dissociado (partindo de base completamente divergente e, portanto, inédita no ambiente). O que nos dá uma matriz interessante para explorar.
Ora, o background restrito que foi apresentado como a "concepção majoritária" (embora tenha notado veementes recusas a ele) impediria que a opção 3 fosse representada. O jovenzinho que havia sido notado pela primeira vez não poderia sair do nada com uma visão de mundo radicalmente separada da visão de mundo de sua comunidade. Mas nada impede que ele já esteja totalmente integrado a ela ou, restritivamente, apresente alguma divergência. Pois é bastante natural que um jovem chegue aos vinte com uma certa integração ao seu ambiente, sem que tenha acontecido nada de surpreendente para a formação deste background. Já uma formação radicalmente diversa daquela de seu ambiente exigiria uma narração de fatos excepcionais ocorridos na vida dele e que teriam desviado o jovem de seu desenvolvimento "normal", exigindo-se aí o roleplay de um background mais complexo e detalhado.
Pula pra lá: http://forum.cantr.org/viewtopic.php?p=386288#386288