Como construir um bom personagem?

[Hikkke]

Acho que lembro, mas lembro que tampouco me ajudou em alguma coisa...

Um ponto importante na hora de criar uma personagem e desenvolve-la é:

Você X Você

Não podes lutar com duas personagens suas, entretanto, não é incomum o cruzar de interesses. O que fazer? É possivél isolar cada personagem em seu próprio mundo, sem que seje afetado pelos outros "micro-mundos"?

Particularmente, eu acho bastante dificil, se sou severo demais com uma interação eu X eu, penso que só o estou sendo por que sou eu x eu, e o contrário também... se estou a ser generoso em demasia.

Como tramar contra si mesmo? Não vejo uma resposta simples, ou ao menos uma em que não se leve em conta o subconciente.

Eventualmente terás de agir mais de um lado que de outro, escolher um lado, mas sem se desgarrar do outro. ai ter de lutar contra si, tentar matar e tentar viver.

Isto é exclusivo da mecanica do Cantr, portanto, é algo que nem o mais experiente RPGista de mesa, vai saber uma resposta fácil.

Atualmente venho tentando ressucitar a "ilha tuga", e tentando me disvencilhar das cidades que "chefio". POis quero acabar com estes "dilemas". O dificil é passar a chave da cidade adiante, com uma boa desculpa in-game.

[danizappa]

Lutar contra ti é apenas deixar q as coisas sigam o seu rumo natural e coerente. Por muito que gostes mais de uma personagem tua do que de outra, se o rumo das coisas levar a desgraca à personagem q gostas mais, só tens de fazer as coisas como devem ser e ficar feliz por a personagem de q mais gostas ser eventualmente dizimada, desde que isso constitua uma história interessante e coerente. Quando não é o caso é uma pena, mas devemos ficar sempre felizes por contribuir para um mundo coeso, verossímil no cantr, mesmo que isso chegue a implicar o declinio da nossa personagem favorita. Como disse o Volt, o RP fica para sempre, não é a morte de um char q lhe tira o mérito, acho que o mais das vezes até pode acontecer o bastante contrário.

[Hikkke]

Sim, concordo.

Ainda, que, o fator onde quero realmente chegar, é o subconsciente, ainda que conscientemente você vá pelo caminho do melhor para o RP, será que o inconsciente não lhe empurra para o mais conveniente? Como impedir isto? Afinal, é quase impossível para nós mesmos distinguir uma ação pura de uma influenciada.

Já estou a pensar em separar uma moeda por aqui para situações assim...

[HFrance]

Desde que voltei a jogar Cantr II, eu simplesmente evito ter duas personagens na mesma localidade. Se há uma e nasce outra, esta logo logo pega a estrada. Pois cumprir a regra e ao mesmo tempo mantê-las juntas é um desafio muito grande para o roleplay. Uso o velho lema: "Se não for ajudar, não complica."

[Illidan]

Eu meto as duas em caminho diferentes também, só tive problemas uma vez em GC com duas personagens que não podiam sair de GC (lituanos a todo o redor)...

Então oq fiz para resolver? Elas nunca conversavam, e uma falava pela manhã, a outra pela noite....
Ninguem nunca tentou "aproximar" as duas personagens mas se o fizessem eu faria igual fiz em Mil-Cavernas (quando, momentaneamente, tinha duas personagens por lá)... abre a página pra sussurar e escreve (ooc: Não farei que ambas personagens cooperem pois as duas são do mesmo jogador, gostaria que compreendesse)... ou algo parecido... faz tempo e não lembro

[Hikkke]

Sim, ambos estão certos, mas o ponto que quero chegar vai mais além.

Imagine que cidade X, tem um acordo com a cidade Y, você tem um grande apego pela cidade Y, e na cidade X, sua personagem tem certo poder.

O que fazer?... há como ser completamente imparcial?

Eu particularmente acho impossível, o subconsciente vai acabar influenciando, ou te levando a endurecer para parecer justo, ou afrouxando timidamente...

[HFrance]

X (personagem alheia)

X chega gritando: - está vindo pela estrada um bando de loucos armados até aos dentes, batendo em todo mundo... Eu vou pegar meu Dinghy e me mandar. A propósito, posso levar mais um comigo... quem vai?
Y (tua personagem): - Eu!
Z (tua personagem): - Eu!

E se...

X (tua personagem)
e
Y (tua personagem)
Z (personagem alheia)

?

[Illidan]

H, o jeito ai é deixar a personagem alheia entrar

Há a capital rule do "duas personagens da mesma pessoa não podem estar na mesma organização"

fazer oq

[Hikkke]

Fiz algo mais ou menos isto que o HFrance falou, na verdade. Não foi a melhor das escolhas e já estou a concertar isto. Na altura estava sem saco para jogar como se deve e na dúvida entre fazer um RP minimamente convincente, ou bora pra dentro que "tô" com pressa...

Acabei optando pela segunda opção...

É, veterano também dá dessas de vez em quando... apesar que acho que foi a primeira vez que dei uma mancada dessas no game. Não que sirva de desculpa.

[Esc]

Vamos ser sinceros numa coisa: é extremamente difícil representar um papel no qual temos de nos dispor de todo e qualquer conhecimento do nosso mundo e da nossa época. Quantas vezes nos surpreendemos quando nossas personagens no Cantr parecem tão contemporâneas a nós mesmos no mode de falar, pensar e sentir? É por isto que estou gostando da idéia de HFrance. No jogo dos sonhos dele, as personagens seriam gente como a gente, com a idade que escolheríamos livremente para elas, com as profissões, ideologias, culturas, perspectivas de vida, taras, medos e fantasias deste nosso início de século XXI. Seriam pessoas de qualquer parte do mundo, falantes de qualquer idioma que, estando curtindo férias numa determinada praia do mundo, mergulharam num ponto do mar onde havia se aberto um buraco inter-dimensional e, de repente, foram parar no Período Cretáceo Inferior. O roleplay não sairia perdendo com isto, muito pelo contrário. Trocamos a exigência de que nossas personagens tenham de ser criaturas primitivas pela ampla gama de opções que a vida pós-moderna oferece. A única regra abstrata seria a de não citar acontecimentos concretos anteriores à data de sua entrada no jogo. Exemplo: A personagem poderia dizer que estava acompanhando a última novela da Globo antes de ser raptada para aquela época, mas não poderia dizer nada sobre o capítulo que está passando agora. A redução ao máximo da regra do ooc diminui a tensão entre os jogadores e este já é um fator que dinamiza e enriquece a experiência de jogo. E estas criaturas, acostumadas com celulares, laptops e carros continuariam, tal como os cantrianos, a fabricarem suas facas de osso e a caçar... eh... mastodontes!

[jotta]

Olá pessoal. Eu jogo cantr a pouco tempo, e, desde o inicio, todos os meus personagens nascem com um destino a cumprir. Andante, assassino, construtores, covardes...

Eu não tento me adaptar a aldeia que nasci, e sim, fazer com que as pessoas me aceitem ou me rejeitem conforme minha personalidade.

Acho meio monótono pensar que.... Ah! vou nascer... se forem bandidos... viro bandido.... se forem bons... sereir bom.

Mas isso também não significa que uma situação possa mudar a forma de pensar de meus personagens.

Agora... Nascemos com 20 anos de idade. Falando, fazendo faca, plantando, cozinhando... Daí meus personagens falam de um tempo passado que ocorreu antes dele nascer... E as pessoas perguntam... MAS VOCÊ NÃO NASCEU AQUI?

Ora nasci aqui sim, mas... quem foi meu pai e minha mãe? Quem me ensinou a ler? Quem me ensinou a escrever notas? Onde vivi durante 20 anos?

Não entendo o porque de as pessoas acharem tão estranho se ter um passado, do 0 aos 20 anos.

[Illidan]

Bem-vindo ao CANTR, se vir por aí encontrará bons tópicos que renderam sobre isso.
A concepção da maioria dos personagens é que não se sabe donde, como ou quando você nasce, cada lugar normalmente tem sua teoria própria (desde nascer das bostas de mastodontes até nascer dos espinafres, aparecer sem memória, vir com a maré ou coisas parecidas).
O que não vale é algo como "ah, meu pai viajou pelas cidades de esquanderlante onde matou o dragão de sete cabeças cospidor de fogo", pois o CANTR não tem um cenário visível muito menos descrito para tal. Mas nada te impede de falar o que quiser, só que a maioria o considerará louco.

[danizappa]

Não é o lugar em que nascem que define automaticamente a personalidade dos chars. Mas trazer uma pré-concepção dos comportamentos e personalidade do char e não se adptar às circunstâncias é simplesmente mau (ou falta de) RP. Exemplo:
Um char surge com uma determinada ideia na cabeça. Imaginemos que gosta de minhocas. Imaginemos que surge no lugar onde as minhocas são vistas como o mais ruim e maligno animal à face do mundo. Que RP fazer? Deveremos nos lixar para o RP daquele lugar? E passar por loucos? Que RP há ai? Que sentido há nisso?

[jotta]

Nao danizappa. Não devemos nos passar por loucos em todas as situações. Mas veja.

Eu crio um assassino num ponto do mapa. E um bondoso homem num outro ponto do mapa. Só que o assassino nasceu numa aldeias de homens bondosos, e o homem bondoso nasceu num lugar cheio de assassinos. O que fazer?

Bem, deverão sair da aldeia, ou fugir, ou seja la o que for... e, tentar achar um grupo que seja do seu agrado. É muito simples.

Veja bem, ninguém nasce com 20 anos. O personagem apenas é notado aos vinte anos. Isso significa que ele já tem hipotéticamente, 20 anos de um passado desconhecido aos olhos de quem o nota.

O termo "nascer", pra mim esta errado.

O termo "notou num rapaz que nunca havia notado antes" é muito mais exato.

[Esc]

O personagem apenas é notado aos vinte anos.

É isto mesmo que acontece na maioria das vezes, mas isto é completamente descabido num sistema que se pretende um simulador de sociedade. O mais coerente (e realista) é que ele tenha vindo de outro lugar, carregando toda uma história pessoal de convivência com outras pessoas. Mas... que lugar e que pessoas? Tem de ser um lugar e uma comunidade externa ao jogo, uma vez que qualquer referência a eventos e lugares do mundo Cantr que não foram conhecidos "in-game" por aquela personagem é proibido. A única solução para isto é admitir que o surgimento de uma personagem a partir do nada é o que realmente acontece. E admitir que isto é um acontecimento fantástico e que a única memória inata que a personagem traz é seu próprio nome, sua personalidade e uma certa medida de uma enciclopédia tecnológica.